PROCRASTINAÇÃO E OS MECANISMOS DE DEFESA PSICOLÓGICOS

 


Você já se pegou adiando uma tarefa importante, mesmo sabendo que deveria fazê-la? Você já se sentiu culpado ou ansioso por não conseguir cumprir seus objetivos? Você já se perguntou por que você procrastina?

Se você respondeu sim a alguma dessas perguntas, saiba que você não está sozinho. A procrastinação é um fenômeno muito comum e que afeta a vida de muitas pessoas. Mas o que leva alguém a procrastinar? E como podemos superar esse hábito prejudicial?

Neste post, vamos explorar alguns dos mecanismos de defesa psicológicos que estão por trás da procrastinação e como eles podem ser reconhecidos e modificados. Vamos ver também algumas dicas práticas para vencer a procrastinação e aumentar a sua produtividade e bem-estar.

O que é procrastinação?

Procrastinação é o ato de adiar ou evitar uma tarefa que precisa ser feita, geralmente por medo, preguiça, falta de motivação ou de organização. A procrastinação pode ter consequências negativas para o desempenho acadêmico, profissional e pessoal, além de gerar estresse, frustração e baixa autoestima.

A procrastinação não é apenas uma questão de falta de vontade ou de disciplina. Na verdade, ela é um mecanismo de defesa psicológico que visa proteger o indivíduo de sentimentos desagradáveis ou ameaçadores, como o medo do fracasso, da rejeição, da crítica ou da responsabilidade.

Quais são os mecanismos de defesa psicológicos envolvidos na procrastinação?

Os mecanismos de defesa psicológicos são estratégias inconscientes que o nosso ego utiliza para lidar com situações que geram ansiedade ou conflito interno. Eles servem para distorcer ou negar a realidade, reduzindo o sofrimento psíquico.

Alguns dos mecanismos de defesa mais comuns na procrastinação são:

- Negação: consiste em recusar-se a reconhecer ou aceitar a realidade, como se ela não existisse ou não fosse importante. Por exemplo, um estudante que nega a necessidade de estudar para uma prova ou um profissional que nega a urgência de um projeto.

- Racionalização: consiste em justificar ou inventar desculpas para o próprio comportamento, minimizando as suas consequências ou atribuindo a culpa a fatores externos. Por exemplo, um procrastinador que diz que não tem tempo suficiente, que está cansado demais, que precisa de mais informações ou que espera o momento certo para agir.

- Fantasia: consiste em fugir da realidade e se refugiar em um mundo imaginário, onde tudo é possível e perfeito. Por exemplo, um sonhador que passa horas planejando seus projetos futuros, mas nunca os coloca em prática.

- Sublimação: consiste em canalizar a energia psíquica para atividades socialmente aceitáveis ou valorizadas, mas que não estão relacionadas ao objetivo principal. Por exemplo, um escritor que se dedica a ler livros, assistir filmes ou fazer cursos, mas não escreve nada.

- Regressão: consiste em voltar a um estágio anterior do desenvolvimento psicológico, onde as exigências e responsabilidades são menores. Por exemplo, um adulto que age como uma criança mimada, birrenta ou dependente.



SOB UMA ÓTICA NEUROCIENTÍFICA

O cérebro é um órgão fascinante, capaz de processar uma enorme quantidade de informações e realizar diversas funções ao mesmo tempo. No entanto, nem sempre o cérebro está focado no que estamos fazendo ou pensando. Muitas vezes, ele divaga, ou seja, se distrai com outros pensamentos que não têm relação com o momento presente.

Estudos mostram que o cérebro divaga de 20 a 40% dos pensamentos, dependendo da pessoa e da situação. Isso significa que passamos uma boa parte do nosso tempo pensando em coisas que não estão acontecendo, como o passado, o futuro, os sonhos, as fantasias, os planos, as preocupações, etc.

Mas por que o cérebro divaga? E quais são as consequências disso para a nossa vida?

Uma das possíveis explicações é que o cérebro divaga para economizar energia. Quando estamos realizando uma tarefa fácil ou rotineira, o cérebro não precisa se esforçar muito para executá-la. Então, ele aproveita para "descansar" e se ocupar com outros assuntos que podem ser mais interessantes ou importantes para nós. Outra hipótese é que o cérebro divaga para estimular a criatividade e a resolução de problemas. Ao se afastar da realidade imediata, o cérebro pode fazer conexões inesperadas entre diferentes ideias e informações, gerando insights e soluções que não seriam possíveis se estivéssemos concentrados em uma única coisa.

Além disso, o cérebro divaga para regular as emoções e o humor. Ao pensar em situações positivas ou prazerosas, o cérebro libera neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, que nos fazem sentir bem e motivados. Ao pensar em situações negativas ou estressantes, o cérebro pode tentar elaborar estratégias para lidar com elas ou evitar que se repitam.

Portanto, o cérebro divaga por vários motivos, e nem sempre isso é ruim. Na verdade, a divagação pode ser benéfica para a nossa saúde mental e cognitiva, desde que não seja excessiva ou prejudicial para as nossas atividades e relações.

No entanto, quando o cérebro divaga demais ou de forma inadequada, ele pode causar problemas como:

- Perda de atenção e memória

- Baixa produtividade e desempenho

- Erros e acidentes

- Ansiedade e depressão

- Insatisfação e frustração



Por isso, é importante saber controlar a divagação do cérebro e usá-la a nosso favor. Algumas dicas para isso são:

- Estabelecer metas claras e realistas para as tarefas que precisamos realizar

- Dividir as tarefas em etapas menores e mais fáceis de serem concluídas

- Fazer intervalos regulares para descansar o cérebro e evitar o cansaço

- Praticar atividades que estimulem a atenção plena (mindfulness), como meditação, respiração consciente, yoga, etc.

- Buscar ajuda profissional se a divagação do cérebro estiver afetando negativamente a sua vida

Lembre-se: o cérebro divaga de 20 a 40% dos  600.000 pensamentos que temos diariamente (aproximadamente), mas você pode escolher como lidar com isso.




TRATAMENTOS

Os tratamentos para a procrastinação envolvem, em primeiro lugar, reconhecer o problema e suas causas. Depois, é preciso buscar formas de aumentar a autoestima, a autoconfiança, a organização e a disciplina. Algumas técnicas que podem ajudar são: definir metas claras e realistas, dividir as tarefas em partes menores e mais fáceis, estabelecer prazos e recompensas, eliminar as distrações e focar no resultado desejado. Além disso, é importante procurar apoio profissional, como um psicólogo ou um coach, se a procrastinação estiver afetando seriamente a qualidade de vida da pessoa.

A psicanálise pode ajudar a entender e superar a procrastinação, pois ela busca compreender os conflitos inconscientes que levam a esse comportamento. A psicanálise também pode auxiliar na elaboração de estratégias para enfrentar as tarefas adiadas, como estabelecer metas realistas, dividir o trabalho em etapas menores, recompensar-se pelo progresso, buscar apoio de outras pessoas, etc.

Se você se identifica com o problema da procrastinação e deseja mudar esse hábito, procure um psicanalista. Ele poderá lhe oferecer um espaço de escuta e reflexão, onde você poderá explorar as origens e as consequências da sua procrastinação, bem como encontrar formas de superá-la.

Por Psicanalista Marco Barbosa
Psicanalista e Neuropsicanalista Clínico, Self Coach, Professor e Filósofo.
Atendimentos para Transtornos Emocionais, Psicológicos e Comportamentais.
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