Psicopata

 

O que é uma pessoa psicopata:



Psicopatia: um transtorno de personalidade complexo e desafiador


A psicopatia é um dos transtornos de personalidade mais estudados e debatidos na psicologia. Trata-se de um padrão de comportamento que envolve uma série de características, como falta de empatia, remorso e afeto, impulsividade, egocentrismo, manipulação, comportamento antissocial e agressividade.

A psicopatia não é uma doença mental, mas sim uma forma de ser e se relacionar com o mundo. Os psicopatas não sofrem de alucinações, delírios ou perda de contato com a realidade. Eles sabem distinguir o certo do errado, mas não se importam com as consequências de seus atos para si mesmos ou para os outros.



A origem da psicopatia é multifatorial, envolvendo aspectos biológicos, genéticos, neurológicos e ambientais. Alguns estudos apontam que os psicopatas apresentam alterações na estrutura e no funcionamento de algumas áreas cerebrais relacionadas às emoções, à moral e ao controle dos impulsos. Além disso, fatores como traumas na infância, abusos físicos ou emocionais, negligência familiar e exposição à violência podem contribuir para o desenvolvimento da psicopatia.




O diagnóstico da psicopatia é feito por meio de uma avaliação psicológica especializada, que utiliza instrumentos como a Escala de Avaliação de Psicopatia de Hare (PCL-R = Checklist Revisado de Psicopatia de Hare), que mede o grau de psicopatia em uma escala de 0 a 40 pontos. Quanto maior a pontuação, maior o nível de psicopatia. O ponto de corte para considerar alguém como psicopata varia entre 25 e 30 pontos, dependendo do contexto cultural e jurídico.

O tratamento da psicopatia é um desafio para os profissionais da saúde mental, pois os psicopatas não reconhecem que têm um problema e não sentem motivação para mudar. Além disso, eles podem usar a terapia como uma forma de manipular o terapeuta ou obter benefícios externos. Por isso, o tratamento deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, que inclui psiquiatras, psicólogos, terapeutas e assistentes sociais, e deve ter como objetivos reduzir o risco de violência, promover o autocontrole dos impulsos e estimular o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais.

A psicopatia é um fenômeno complexo e desafiador, que requer uma compreensão ampla e aprofundada por parte dos profissionais da saúde mental e da sociedade em geral. É importante ressaltar que nem todo psicopata é um criminoso ou um assassino em série, mas sim uma pessoa que apresenta um modo diferente e perturbador de se relacionar com o mundo.

Tipos de psicopatia

Existem diferentes formas de classificar os tipos de psicopatia, mas uma das mais usadas é a que divide os psicopatas em primários e secundários.

Os psicopatas primários são aqueles que nascem com uma predisposição genética ou biológica para desenvolver o transtorno. Eles têm uma menor atividade cerebral nas áreas relacionadas às emoções, à moral e ao controle dos impulsos. Eles também apresentam uma baixa resposta ao estresse e ao medo, o que os torna mais propensos a buscar situações de risco e prazer.

Os psicopatas secundários são aqueles que adquirem o transtorno por influência de fatores ambientais, como traumas, abusos, negligência ou violência na infância ou adolescência. Eles têm uma maior atividade cerebral nas áreas relacionadas à ansiedade, à raiva e à agressividade. Eles também apresentam uma maior resposta ao estresse e ao medo, o que os torna mais vulneráveis a emoções negativas e conflitos.




Características do caráter do psicopata

As características da psicopatia podem variar de acordo com o tipo, o grau e o contexto do indivíduo, mas algumas das mais comuns são:

- Falta de empatia: o psicopata não se coloca no lugar do outro, não se importa com os sentimentos, as necessidades ou os direitos alheios. Ele pode até fingir que se importa, mas apenas para manipular ou enganar as pessoas.
- Falta de remorso ou culpa: o psicopata não sente arrependimento ou responsabilidade pelos seus atos, mesmo que eles causem sofrimento ou dano a outras pessoas. Ele pode até justificar ou racionalizar as suas ações, mas sem demonstrar qualquer emoção.
- Baixo controle comportamental: o psicopata age de forma impulsiva, irresponsável e descontrolada. Ele não respeita as regras sociais, as leis ou as normas morais. Ele também não aprende com os seus erros ou com as punições.
- Baixas habilidades sociais: o psicopata tem dificuldade de se comunicar e de se relacionar com os outros. Ele não entende as emoções, as expressões faciais ou os gestos das pessoas. Ele também não sabe cooperar, negociar ou resolver conflitos.
- Manipulação e charme superficial: o psicopata usa a sua inteligência, a sua eloquência e o seu carisma para seduzir, persuadir e influenciar as pessoas. Ele pode se adaptar a diferentes situações e personalidades, mas sem perder o seu objetivo final: obter vantagens pessoais.
- Narcisismo e egocentrismo: o psicopata tem uma visão distorcida de si mesmo e dos outros. Ele se acha superior, especial e merecedor de tudo. Ele também é egoísta, arrogante e invejoso. Ele não aceita críticas ou contradições.
- Exibicionismo e busca por sensações: o psicopata gosta de chamar a atenção, de impressionar e de se destacar. Ele também busca constantemente por novas experiências, estímulos e emoções. Ele pode se envolver em atividades perigosas, ilícitas ou imorais, sem medir as consequências.

Diferenças entre psicopatas e sociopatas

Os psicopatas não pensam.  Esta é sem dúvida a distinção mais significativa que distingue os psicopatas dos sociopatas.    Os sociopatas podem sentir culpa e remorso, mas outros traços psicopáticos incluem não ter empatia e não sentir culpa ou remorso.


Por Psicanalista Marco Barbosa
Psicanalista e Neuropsicanalista Clínico, Self Coach, Professor e Filósofo.
Atendimentos para Transtornos Emocionais, Psicológicos e Comportamentais.
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